Chiara Ranieri: proposta de empréstimo de R$ 50 mi compromete o município
Na Sessão da Câmara Municipal desta segunda-feira (26/08), a vereadora Chiara Ranieri (DEM) afirmou que, embora pareça a “salvação” do prefeito Clodoaldo Gazzetta, a proposta do governo de contrair empréstimo bancário de R$ 50 milhões para a compra de equipamentos e obras de infraestrutura pode “comprometer demais” a cidade de Bauru e seu futuro.
O Projeto de Lei do Poder Executivo pedindo autorização para obter os recursos ainda não chegou à Casa, mas, por meio de reportagens jornalísticas, a parlamentar soube que, com carência de dois anos e juros anuais de 6%, a virtual dívida seria amortizada entre 2021 e 2031.
“Tudo isso fora do período de mandato do prefeito Gazzetta, que se encerra no final do ano que vem. Isso é tão certo quanto um mais um é igual a dois”, apontou a parlamentar.
Chiara chamou de eleitoreira a proposta de, a pouco mais de um ano das eleições, utilizar R$ 20 milhões do montante desejado para pavimentar e recapear vias públicas.
“Isso para sensibilizar a Câmara Municipal, no sentido de dar algumas repostas a alguns bairros dessa cidade”, afirmou.
A vereadora disse ainda que a atual gestão nada fez para estimular o desenvolvimento de Bauru e só agora fala em, com dinheiro emprestado, revitalizar o Calçadão da Batista e melhorar a estrutura dos distritos industriais.
“Vai fazer quando? Cadê o projeto disso? Não colocam nem decoração natalina no Calçadão”, alertou na Tribuna.
Chiara também ponderou que empréstimos bancários não são as ferramentas adequadas para a compra de maquinário, pois existem linhas de crédito com condições muito mais vantajosas.
Ela comparou o caso com a aquisição de veículos financiados por particulares: “Quem vai no banco pegar dinheiro? Hoje não é mais assim”.
Orçamento comprometido
Para demonstrar o grau de comprometimento do Orçamento da Prefeitura, a vereadora falou dos cortes nas autorizações de despesas para diversas secretarias (17% na de Esportes e Lazer e 4,6% na Cultura, por exemplo), mesmo com acréscimo robusto de receitas na arrecadação de diversos tributos: de R$ 91,8 milhões para R$ 107 milhões do IPTU; de R$ 92 milhões para R$ 106 milhões do ISS; e de R$ 85 milhões para R$ 88,9 milhões do IPVA.
Chiara pontuou ainda que só a folha de pagamento da administração direta exige R$ 430,2 milhões, enquanto outros R$ 367,4 milhões são consumidos pelo custeio. “Restam R$ 87 milhões para investimentos. Quero saber de onde vamos tirar recurso para pagar empréstimo?”, questionou.
Divergências sobre o tamanho da dívida consolidada do município também são objeto de dúvidas da parlamentar. Segundo ela, o Orçamento acusa R$ 279,8 milhões, mas reportagens jornalísticas falam em R$ 330 milhões. “Os precatórios nos assustam e novos estão chegando”, frisou.
Chiara Ranieri lembrou que a Prefeitura vai começar a pagar o empréstimo do PAC Pavimentação, que custará R$ 2 milhões ao ano.
Reprodução: Câmara Municipal de Bauru


