Nesta segunda-feira (13/3), a vereadora Estela Almagro (PT) prestou homenagem à Senhora Rosemeire Ignácio Pedro, Dona Rose, pela iniciativa da construção de um espaço de estudos no Piquete I, edificada com materiais recicláveis, que proporcionou às crianças e aos adultos da comunidade o estímulo à continuidade dos estudos. A comunidade do Piquete, como é conhecida, fica localizada na rua Preciosa Souto de Anchieta, no Núcleo Fortunato Rocha Lima.

A parlamentar deu entrada na Moção n.º 123/2022 no dia 29 de novembro de 2022 e o documento foi aprovado, por unanimidade, pelo plenário da Casa de Leis, no dia 6 de dezembro do ano passado.

A entrega da homenagem foi conduzida pelo presidente da Câmara, vereador Junior Rodrigues (PSD), e acompanhada pelos vereadores Coronel Meira (União Brasil), Julio Cesar (PP), Guilherme Berriel (MDB), Pastor Bira (Podemos), Mané Losila (MDB), Pastor Edson Miguel (Republicanos), José Roberto Segalla (União Brasil), Marcelo Afonso (Patriota), Miltinho Sardin (PTB), Junior Lokadora (PP) e Chiara Ranieri (União Brasil).

A vereadora Estela Almagro, no ato de entrega da Moção, destacou a trajetória da Dona Rose, que construiu o espaço educativo para os moradores da comunidade. “A Dona Rose, do alto de sua resiliência, como uma mulher negra e de luta, alimenta a sua família do que retira dos recicláveis. É uma batalhadora que, apesar de todas essas dificuldades pessoais que a vida e a política lhe impôs, consegue reunir forças para dividir o pouco que tem com com outros que têm menos ainda”, declarou. Ao final, a parlamentar presenteou Dona Rose com o clássico literário infantojuvenil, o Pequeno Príncipe, do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry.

A Senhora Rosemeire Ignácio Pedro, Dona Rose, emocionada, agradeceu a homenagem.

História

Na luta para conquistar o pão de cada dia, Dona Rose, como é conhecida no bairro, busca na coleta dos materiais recicláveis mais do que o sustento de seus familiares, recolhe do descarte o sonho de um futuro melhor para as crianças do Piquete 1, comunidade da periferia da cidade que carece de ações de políticas públicas das esferas governamentais.

Idealizadora de uma pequena sala de estudos, o espaço do conhecimento iniciou-se durante a pandemia da COVID-19, período em que as escolas precisaram limitar o acesso das crianças para evitar a transmissão do vírus nos ambientes estudantis.

Com a ausência do Poder Público no cuidado com as crianças, Dona Rose atentou para a necessidade de continuar a formação das crianças do bairro, construiu um espaço literário para que elas pudessem desenvolver o conhecimento por meio da leitura didática e criativa de sua benfeitora.

Incentivadora do aprendizado, a catadora de recicláveis construiu um ambiente de estudo com materiais descartáveis, tornando-se assim um território fecundo para o imaginário das crianças que, por meio da contação de história, ganharam asas ao universo de possibilidades que a educação pode oferecer.

A interação com as crianças estreitou os laços de amizade, por vezes compartilhado pelo cotidiano sofrido que os pequenos vivenciam nos ambientes familiares, cenário que impõe privações e dificuldades para prosseguir na busca de seus sonhos.

O reduto de aprendizado também alcançou os adultos da comunidade que, inspirados na busca do conhecimento de suas crianças, voltaram a desejar novas oportunidades com as quais o estudo poderia lhes proporcionar.

Aclamar a iniciativa desta mulher de luta é reconhecer que o esforço para proporcionar a educação no nosso país, por vezes exercendo o papel do poder público, exige dedicação e empenho, ações que se materializam na simplicidade da sala de estudos de chão batido de terra.