O plenário da Câmara Municipal de Bauru sediou, na noite de hoje, quarta-feira (15/02), audiência pública promovida pelo Departamento de Água e Esgoto (DAE), que apresentou o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), contratado pela autarquia junto à empresa Ampla Consultoria.

Os engenheiros sanitários e ambientais Paulo Vila e Nadine Bortolotto expuseram diagnósticos, metas, diretrizes, políticas, projetos, programas e ações para os próximos 20 anos em quatro eixos: abastecimento de água, esgoto, resíduos sólidos e drenagem.

O documento, que deve virar lei municipal, estima a necessidade de pouco mais de R$ 1 bilhão para a execução do planejamento.

Drenagem

As obras de drenagem consumirão mais da metade deste valor, aproximadamente R$ 567,7 milhões, incluindo a requalificação de todo o sistema da avenida Nações Unidas, principal ponto de alagamento da cidade, e a construção de cinco barragens.

Água

As ações relativas ao abastecimento repetem os pontos já abordados pelo Plano Diretor de Águas (PDA), também contratado pelo DAE.

Ao longo das próximas duas décadas, serão necessários R$ 274,4 milhões em investimentos para diminuir pela metade ( de 50% para 25%) o índice de perdas (diferença entre a captação e a medição de consumo, provocada, inclusive por vazamentos); providenciar um novo ponto de captação no rio Batalha; reformar e modernizar a Estação de Tratamento de Água (ETA); perfurar cinco poços; aumentar a capacidade de reservação municipal de 50 mil para 65 mil metros cúbicos; implantar o sistema de telemetria; substituir redes antigas e subdimensionadas; trocar hidrantes com mais de cinco anos de uso; entre outras ações.

Esgoto

Para o esgotamento sanitário, a previsão de investimentos é de R$ 173,1 milhões, o que já inclui o custo da construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), no Distrito Industrial 1, já em andamento.

Segundo o engenheiro Paulo Vila, a capacidade do primeiro módulo da estação suportará o crescimento demográfico estimado para os próximos 20 anos.

A expectativa é de que a população de Bauru cresça de aproximadamente 375 mil para 475 mil habitantes nas próximas duas décadas.

Lixo

Para cumprir as metas estabelecidas pelo plano no eixo de resíduos sólidos e limpeza urbana, o município terá que investir R$ 12,3 milhões.

O estudo não aponta a construção de um novo aterro municipal nem de usinas de lixo como proposta. Atualmente, os resíduos domésticos de Bauru são levados a um empreendimento privado, na cidade de Piratininga (SP).

Uma das principais metas é, a despeito do crescimento demográfico, manter, nos próximos 20 anos, o volume de lixo destinado ao aterro sanitário, com a ampliação da coleta seletiva, reciclagem de resíduos secos e compostagem de resíduos úmidos.

Obrigação

Todos os municípios brasileiros são obrigados a elaborar seus Planos de Saneamento Básico, em cumprimento à lei federal 11.445, de 2007.

A engenheira Nadine Bortolotto afirma, porém, que apenas 30% das cidades já providenciaram seus estudos.

Vereadores

Participaram da audiência pública os vereadores Mané Losila (PDT) e Serginho Brum (PSD). Ambos elogiaram a qualidade do trabalho apresentado pela empresa Ampla Consultoria.

Losila destacou a necessidade de que o município mapeie o tempo de instalação da rede de água em cada região da cidade.

Brum enfatizou a necessidade de que a população de Bauru participe de audiências públicas como a de hoje.

O presidente do DAE, Eric Fabris, também esteve no plenário da Câmara Municipal na noite desta quarta.

VINICIUS LOUSADA

Assessoria de Imprensa