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Nova diligência: Comissões do Legislativo realizam fiscalização na UPA Bela Vista

Em diligência, nesta sexta-feira (17/3), as Comissões Permanentes de Fiscalização e Controle, e de Meio Ambiente, Higiene, Saúde e Previdência da Câmara Municipal de Bauru realizaram diligência na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Bela Vista, na Vila Lemos, para para verificar o atendimento médico, estoque de insumos e medicamentos, equipamentos e o estado de conservação do imóvel da Secretaria Municipal de Saúde.

A participação conjunta das duas comissões permanentes da Casa de Leis na diligência foi conduzida pela presidente da Fiscalização, vereadora Estela Almagro (PT), e contou com a presença dos membros Guilherme Berriel (MDB), Marcelo Afonso (Patriota) e Coronel Meira (União Brasil), e do presidente da Saúde, vereador Junior Lokadora (PP). Os vereadores Chiara Ranieri (União Brasil), Julio Cesar (PP) e o líder da base governista na Casa de Leis, vereador Miltinho Sardin (PTB) também participaram da ação de fiscalização dos colegiados.

O encontro contou com a presença dos representantes da Secretaria Municipal de Saúde, o secretário substituto da Saúde, Ezequiel Aparecido dos Santos, e a chefe de seção da UPA Bela Vista, Maris Stella Pestana Fonseca. O assessor do Gabinete da chefe do Executivo, Leonardo Marcari também acompanhou os trabalhos dos vereadores na manhã desta sexta-feira.

Durante o encontro, os membros do colegiado receberam informações prestadas pela chefe de seção da UPA Bela Vista, Maris Stella Pestana Fonseca e pelo secretário substituto da Saúde, Ezequiel Santos.

De acordo com um relatório parcial fornecido pela farmácia da unidade, os insumos e medicamentos que estão com estoque zerado no almoxarifado da pasta municipal são: Betametasona; Dimenidrinato; Tiamina Ev; Clorexidina degermante; Lactulose; Ibuprofeno comprimidos; abaixador de língua; fio de nylon 5; pilha AAA; lençol de papel; lençol TNT e esparadrapo. Mato alto em área verde dentro da unidade, ar condicionado com vazamento, mobiliário para baixa no patrimônio, porta quebrada e material hospitalar faltante foram alguns itens identificados durante a fiscalização dos parlamentares.

Durante a diligência, o vereador Coronel Meira (União Brasil) apontou que o número de pessoas necessitando de atendimento médico é muito grande, destacando os casos de urgência. “A situação é caótica”, considerou o parlamentar, acrescentando a necessidade de encontrar uma solução junto à chefe do Executivo. “É preciso rever, planejar novamente tudo isso. Se for necessário contratar uma OS, contrate uma OS”, concluiu o parlamentar em relação ao quadro defasado de funcionários.

Já o vereador Guilherme Berriel (MDB), membro da Comissão de Fiscalização e Controle, deu enfoque ao baixo número de UPAs com atendimento pediátrico no município. “Onde tem uma UPA normal, tem que ter uma UPA infantil, para poder até mesmo desafogar o atendimento na UPA Bela Vista”, sugeriu. Para o vereador, é preciso uma reavaliação do planejamento, considerando efetiva a descentralização do atendimento infantil.

Em relação à falta de medicamentos na farmácia da unidade, o vereador Marcelo Afonso (Patriota), que é membro das duas comissões da Casa de Leis, solicitou, via ofício, a listagem dos itens faltantes nos últimos 30 dias e informou que irá protocolar o pedido também nas outras UPAs.

O presidente da Comissão de Saúde, o vereador Junior Lokadora (PP) destacou em sua fala o quadro insuficiente de funcionários, o que gera uma sobrecarga aos que trabalham no local. Segundo informou, a unidade tem apenas 3, dos 6 técnicos de enfermagem de pediatria necessários para atender a demanda, e 9, dos 14 técnicos de enfermagem de adultos. Diante disso, o parlamentar considerou necessário aumentar o número de funcionários, além da resolução de outros problemas como a falta de materiais e condições adequadas.

Segundo a presidente da Comissão de Fiscalização e Controle, vereadora Estela Almagro (PT), o diagnóstico após a diligência é que “a Saúde pública de Bauru está na UTI e quem acaba morrendo é o povo”. Em sua manifestação, a presidente do colegiado, que está realizando uma série de diligências na área da saúde municipal, destacou o quadro de esgotamento dos servidores, em razão do número inadequado de profissionais, além da falta de materiais e condições inadequadas da unidade. Para ela, é preciso organização do estoque e do critério de compras; reposição de servidores; além de outras medidas triviais. Aproveitou ainda para informar que no dia 29, às 9h, irá promover uma Reunião Pública conjunta das comissões de Fiscalização e Saúde, no plenário do Poder Legislativo, com a convocação dos representantes do Executivo municipal, para discutir sobre os atendimentos psiquiátricos na UPA Ipiranga, bem como os demais serviços de saúde do departamento de urgência e emergência do município.

Em seguida, o vereador Julio Cesar (PP) caracterizou como “revoltante” a situação da saúde do município, reforçando que os servidores estão sobrecarregados e a população sofrendo. Ainda pontuou que essa é uma demanda sua desde o começo do seu mandato, entretanto, nem o básico foi atendido pelo Executivo. “O Poder Público tem que olhar de uma forma sensível para as pessoas, respeitar as pessoas e os servidores”, concluiu.

O secretário substituto da Saúde, Ezequiel Santos, enfatizou que existem protocolos de atendimentos determinados pelo Ministério da Saúde e que a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) foi criada para atender os casos de urgência e emergência. “A gente não pode fazer uma avaliação tão superficial, simplesmente pelo tempo de espera, tem que olhar os protocolos e como é definida a classificação de risco”, pontuou. Afirmou ainda que há defasagem no quadro de enfermeiros, mas não no de médicos. Em relação a falta de insumos e medicamentos, Ezequiel atribuiu o déficit no estoque ao atraso na entrega dos pedidos solicitados pela pasta municipal aos fornecedores dos produtos.

Composição

A Comissão de Fiscalização e Controle é presidida pela vereadora Estela Almagro (PT). Também são membros do colegiado, os vereadores Guilherme Berriel (MDB), Marcelo Afonso (Patriota), Markinho Souza (PSDB) e Coronel Meira (União Brasil).

Já a Comissão de Meio Ambiente, Higiene, Saúde e Previdência é presidida pelo vereador Junior Lokadora (PP). Também são membros do colegiado, os vereadores Eduardo Borgo (PMB) e Marcelo Afonso (Patriota).

Surto Respiratório em crianças

Considerado como um Surto de Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que afeta principalmente crianças, o aumento no número dos atendimentos infantil na UPA Bela Vista, tem sido observado nos últimos meses um aumento de 37% na média diária dos atendimentos em crianças de 0 a 14 anos, comparado com a média mensal do ano passado.

Na primeira quinzena do mês de março deste ano, foram registrados 3.677 atendimentos infantil e 6.265 adultos na UPA Bela Vista.

Ainda de acordo com o relatório emitido pela Secretaria de Saúde, na manhã desta sexta-feira (17/3), no período das 0h às 10h, foram gerados atendimentos para 98 crianças e 148 adultos.

Aumento gradual nos atendimentos

O levamento dos atendimentos ocorridos nas unidades de urgência e emergência da Secretaria Municipal de Saúde, nos últimos meses, evidencia o aumento gradual no número de atendimentos. O total de atendimentos na média diária das Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) nos dois primeiros meses do ano foram: UPA Bela Vista, janeiro: 480 e fevereiro: 576; a UPA Geisel, janeiro: 317 e fevereiro: 400; a UPA Mary Dota, janeiro: 223 e fevereiro 257 e a UPA Ipiranga, janeiro 196 e fevereiro 219.

Dengue

Com o crescimento de casos de Dengue nas últimas semanas, a Secretaria Municipal de Saúde colocou o município em alerta para o risco de uma epidemia.

Neste ano, até o dia 14 de março, Bauru já confirmou 719 casos autóctones de dengue, sendo 12 casos com sinais de alarme, oito casos importados, e um óbito pelo agravo, um índice bem maior do que no mesmo período do ano passado. Há 147 casos suspeitos em investigação. A Vigilância Epidemiológica investiga um óbito suspeito.

No ano de 2019, Bauru viveu sua pior epidemia de dengue, com 26.250 casos e 42 óbitos. Em 2020, foram 795 casos, sem óbitos registrados. Já em 2021, foram 400 casos autóctones, três importados, com dois óbitos pela doença.

Reprodução: Câmara Municipal de Bauru

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