Na tarde desta quarta-feira (13/08), a Comissão de Meio Ambiente, Higiene, Saúde e Previdência da Câmara de Bauru realizou uma reunião com a diretora do Departamento Regional de Saúde (DRS-6), Fabíola Yamamoto. O objetivo do encontro foi buscar respostas e costurar soluções a solicitações recorrentes de munícipes que chegam aos gabinetes dos vereadores que fazem parte do colegiado: o presidente Junior Rodrigues (PSD) e os membros Sandro Bussola (MDB) e Junior Lokadora (Podemos). Todos os três estiveram presentes para a conversa.

Segundo Junior Rodrigues, os parlamentares são frequentemente cobrados pela população e é importante entender de perto a situação dos equipamentos de saúde, para assim levar às pessoas informações mais robustas: “Precisamos ter um panorama do que o estado possui, para unir forças e melhorar a situação na cidade”, disse, elencando alguns dos tópicos mais urgentes, como demanda por leitos, represamento de exames e cirurgias, ampliação da capacidade do Hospital das Clínicas (HC), mudança no esquema da fila de espera dos pacientes, entre outros.

Informações da DRS-6

A diretora Fabíola Yamamoto providenciou alguns esclarecimentos. Em relação à fila de espera, agora são duas: a fila geral e a fila qualificada. Ela explicou que a fila qualificada é formada pelos pacientes que estão sendo acompanhados na rede de saúde e realmente estão no aguardo do procedimento médico, enquanto a geral conta com pessoas que estão há pelo menos oito meses sem ocorrência na rede, abrangendo casos desde cadastro desatualizado, solicitações antigas e até falecimentos.

Diante dos questionamentos dos vereadores, a diretora também afirmou que a DRS-6 tem tomado diversas ações no intuito de não só chegar mais próximo de uma fila zerada, mas especialmente melhorar o fluxo e a eficiência dos serviços em saúde em geral.

Ela citou a hemodiálise, que era um problema constante no município e hoje tem “sobra” de tratamento, após a ampliação de três máquinas no Hospital de Base e a previsão, até o final do ano, de aquisição de mais 30 cadeiras no Hospital Estadual. “Não tem ninguém mais internado à espera da hemodiálise, acredito que é um caso que Bauru não terá mais dificuldade”, comentou.

Além disso, o DRS-6 tem atuado junto ao Detran para diminuir ocorrências de acidentes com trauma em área críticas da cidade e está trabalhando na melhoria do fluxo de atendimento – por exemplo, na diminuição do tempo de “subida” do paciente do Pronto Socorro para o atendimento no Hospital de Base da média de duas horas para meia hora e da ida dos pacientes das UPAs para o hospital de quatro horas para uma hora em média – por meio da otimização do uso dos leitos, aumento do giro de pacientes e resolvendo o ponto crítico no transporte de pacientes: “são 70 pacientes/dia em Bauru”, ressaltou.

Fabíola ainda pontuou que houve uma redução significativa de óbitos pré-hospitalares de 2021 para cá e está otimista em relação à reforma no Hospital das Clínicas: “se tudo der certo, em junho de 2026 estará em sua capacidade total”, com mais leitos, mais realização de exames em pacientes externos e a triplicação da quantidade de cirurgias.

Apoio da Câmara

Uma preocupação levantada pelos vereadores foi o papel de cada órgão no sistema de saúde presente no município. Eles lembraram, por exemplo, os 14 mil exames contratados pela Prefeitura para ajudar a desafogar a fila de espera e buscaram saber quais as áreas mais críticas, a fim de destinar recursos (de emendas impositivas) a procedimentos que estão mais represados.

No sentido de trabalhar em conjunto, Fabíola também pediu o apoio da Câmara para que o município invista na atenção primária e que os vereadores ajudem na conscientização da população, que muitas vezes resiste a ir fazer procedimentos médicos em outros municípios. Segundo a diretora, o DRS-6 está atuando com o Programa Tempo de Cuidar, que busca diminuir a demanda por consultas e exames no SUS por meio da otimização dos serviços em hospitais de todo o estado. “Quando falamos da ampliação do serviço, é em relação à rede como um todo, e não exclusivamente em Bauru”, explicou.

Junior Rodrigues retornou que é possível fazer esse debate. Além disso, ele reforçou a importância do encontro entre vereadores e a direção do DRS-6.

“Há muito tempo a gente esperava esse canal de diálogo. Tivemos apontamentos de significativas melhoras para curto prazo. Vamos sistematizar tudo isso para que a gente possa acompanhar se esses avanços vão de fato se concretizar. Outra parte importante é que esse tipo de reunião aconteça com uma frequência mais regular para que os compromissos não se percam. Só assim a gente vai conhecer a realidade, poder dialogar com as pessoas que dependem desses serviços e buscar ajuda em instâncias acima do DRS”, avalia o presidente da Comissão de Saúde.