Na tribuna: o que foi destaque na fala dos vereadores na sessão legislativa do dia 8 de dezembro
Na última segunda-feira (08/12), a Câmara Municipal de Bauru realizou a 45ª Sessão Ordinária de 2025. Durante o Rol de Oradores, 10 vereadores usaram a tribuna. Confira o que foi destaque nos discursos:
Natalino da Pousada (PDT) condenou o registro de vandalismo na EMEII Rosa Inês Úngaro Verinaud, na Pousada da Esperança II. O parlamentar explicou que os vândalos cortaram as concertinas dos muros e roubaram equipamentos do local e suplicou por algum tipo de intervenção: “Até quando Bauru vai assistir a esses desmandos? Lamentável”, questionou, enfatizando que tais furtos prejudicam a educação das crianças. Buscando uma solução voltada à área da Segurança Pública, Natalino pediu auxílio às autoridades competentes e reforçou a necessidade da implementação da Guarda Civil Municipal. Na sequência, o vereador citou sua visita na Unidade de Saúde da Família da Vila São Paulo, junto ao Secretário Municipal de Saúde, Marcio Cidade Gomes, e também falou sobre uma reunião com moradores do Residencial Parque Colina Verde, que solicitam uma equipe de saúde específica para o bairro. Por fim, Natalino comentou sobre sua participação na inauguração da nova sede da Regional da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, na Avenida Getúlio Vargas, e pontuou que o atendimento aos munícipes precisa ser realizado de maneira digna, ampla e adequada.
Pastor Bira (Podemos) iniciou agradecendo à parte da Secretaria de Saúde por tratarem com humanidade o sofrimento das pessoas, mas fez uma denúncia sobre a questão do transporte de pacientes: ele relatou o caso de uma criança que permaneceu mais de três dias na UPA Bela Vista, com o diagnóstico de Síndrome de Kawasaki, e que necessitava de tratamento urgente em Botucatu. Ao chegar na cidade, ainda teve que esperar mais quatro horas para atendimento, evidenciando, segundo ele, a recorrência dos problemas de transporte no município. Diante disso, o vereador sugeriu que, a exemplo dos programas ‘UniversalizaSP’ e ‘Desenvolve SP’, o município procure o Governo do Estado para firmar um convênio, a fim de providenciar mais ambulâncias. Em seguida, Pastor Bira trouxe à tona o problema do prédio desocupado da Funcraf, que se transformou em uma pista para motoqueiros que perturbam o sossego dos moradores próximos com o barulho das motos e, de acordo com o parlamentar, chegam a invadir bairros como Aymorés e Octávio Rasi. Bira reiterou o pedido de instalação de lombadas, além de fiscalização na saída do local para coibir a desordem e garantir a paz dos moradores. Por fim, o vereador manifestou sua tristeza por um acidente fatal ocorrido na Rodovia Bauru-Iacanga, causado por um animal solto na pista, que vitimou um munícipe e também envolveu o motorista de uma ambulância a serviço, cobrando a atuação dos órgãos competentes para evitar novas ocorrências.
Junior Rodrigues (PSD) expôs problemas na rede de esgoto do Jardim Manchester e pediu que a Prefeitura cobre da construtora responsável pelo Residencial Andorinhas uma contrapartida fundamental para a região: a duplicação da Avenida Maria Ranieri, que interliga as avenidas Castelo Branco e Bernardino de Campos. De acordo com o vereador, o local vem registrando inúmeros acidentes. “Estão acontecendo todos os dias”, disse. Junior Rodrigues também voltou a tratar da série de audiências públicas que está realizando como presidente da Comissão de Meio Ambiente, Higiene, Saúde e Previdência da Casa de Leis para discutir o abastecimento de água na cidade. Nesta semana, o foco foi a conservação das matas ciliares do Rio Batalha.
Márcio Teixeira (PL) iniciou ressaltando que cada decisão precisa ser tomada com responsabilidade, e prometeu elevar o tom de suas cobranças – principalmente com a Secretária do Meio Ambiente, Cilene Chabuh Bordezan, a quem criticou por falta de coragem, responsabilidade e comando, questionando sua utilidade na cidade. Ele exibiu fotos de locais onde grandes árvores foram cortadas e o replantio não foi realizado, e questionou a falta de fiscalização da Semma, exigindo o cumprimento da lei. Em seguida, Márcio Teixeira defendeu o serviço público de coleta de lixo da Emdurb, e afirmou que os problemas são de gestão e falta de investimento, e não do sistema em si. Ele alertou que a terceirização dobrará o orçamento para o setor e que o mesmo investimento no sistema público traria melhorias mais significativas. Por fim, voltou a manifestar preocupação com a crise hídrica, lembrando ter defendido o empréstimo de R$ 40 milhões para perfuração de novos poços, mas alertou que o financiamento não está avançando. O parlamentar prometeu apresentar semanalmente quantos dias faltam para a chegada da seca e criticou a falta de diálogo do governo com o Legislativo sobre a recém-anunciada transposição do Rio Tietê: “Quem perde é Bauru. Prefeitos e políticos passam, mas a cidade fica”.
Junior Lokadora (Podemos) usou a tribuna para fazer críticas à gestão da prefeita Suéllen Rosim (PSD). O vereador classificou como mentirosas as promessas de campanha de Suéllen que não foram cumpridas. Lokadora citou, particularmente, a construção do Hospital Municipal e a instalação do sistema de videomonitoramento nas escolas municipais. Na sequência, o vereador afirmou que nem mesmo tarefas simples e básicas estão sendo cumpridas, como é o caso da manutenção de parquinhos infantis e a disponibilização de insumos para as unidades de saúde. Lokadora ainda se disse indignado diante da ausência de seringas na UPA do Geisel: “Esses detalhes na saúde salvam vidas”, disse o vereador. Por fim, o parlamentar argumentou que o Governo Suéllen Rosim dá mais atenção às terceirizações do que aos problemas básicos da cidade, mencionando em seguida que fará duas representações ao Ministério Público. Uma para denunciar a falta de medicamentos na Rede Municipal de Saúde e a outra para denunciar a criação da taxa do lixo e a privatização do serviço de manejo de resíduos sólidos e limpeza urbana.
Estela Almagro (PT) criticou a decisão da Mesa Diretora de pautar 62 Projetos de Lei para discussão na penúltima Sessão Ordinária do ano, o que classificou como um “espetáculo de mau gosto”. Ela afirmou que é inviável debater adequadamente essa quantidade de projetos em uma única sessão e que essa postura apenas revela a intenção de enfraquecer a credibilidade do Poder Legislativo. A vereadora questionou a seriedade do debate, afirmando que a maioria dos projetos não tramitou nas comissões e levaria os servidores a um esforço humanamente impossível: “Essa Sessão entra para a história como mais uma vergonha para marcar o Poder Legislativo”, lamentou. Em seguida, abordou a falta de segurança nas escolas, com base na ocorrência de assaltos durante as últimas semanas, e atribuiu a maior culpa à prefeita Suéllen Rosim, por ter cancelado dois editais de licitação para vigilância monitorada. Estela direcionou críticas ao Executivo pela situação envolvendo o plano de saúde dos servidores, que resultou em um contrato emergencial de R$ 50 milhões para manter a Hapvida, e também pelo anúncio de uma parceria público-privada para buscar água no Rio Tietê, defendendo que bastaria seguir o Plano Diretor de Águas para resolver o problema. A parlamentar finalizou acusando a Chefe do Executivo de querer destruir o DAE e a Emdurb para entregá-los à iniciativa privada: “Essa cidade é nossa, do povo de Bauru. Está na hora de botar essa turma para correr daqui”, declarou enfaticamente.
Cabo Helinho (PL) usou a tribuna para defender que o debate é importante, numa alusão à presença de servidores na galeria do Plenário “Benedito Moreira Pinto” com reivindicações relacionadas a projetos pautados para discussão na plenária da semana. O parlamentar, no entanto, pontuou que a participação popular também deve ocorrer em outros momentos, como nas audiências públicas promovidas pelos vereadores. Helinho ainda repercutiu as falas de Pastor Bira (falta de transporte para pacientes) e Junior Lokadora (falta de medicamentos para a população). No último caso, ressaltou a importância do projeto de Lokadora que tramita na Casa de Leis (processo n.º 331/2025) e dispõe sobre o direito do munícipe de receber, por escrito, toda e qualquer informação, orientação, decisão ou negativa emitida pela Administração Pública Municipal. “Às vezes o medicamento está parado no estoque, mas chega ao usuário a informação de que não tem porque faltam funcionários para fazer a entrega”, disse Helinho. Assim, para o vereador, a nova legislação poderia criar mais responsabilidade para todos: “Vai proteger principalmente quem está na ponta da linha”, concluiu.
José Roberto Segalla (União Brasil) teceu críticas à Mesa Diretora em razão do pouco tempo hábil para discussão de Projetos de Lei complexos, forçando a votação às pressas e sem a preparação necessária. O vereador classificou a terceirização do serviço de coleta de lixo como um “absurdo”, e defendeu que o serviço da Emdurb é bem avaliado e os problemas são como os de qualquer empresa. Ele condenou o projeto e afirmou que, caso entrasse na discussão de projetos, iria argumentar e lutar contra a aprovação do mesmo. Segalla também cobrou o posicionamento de entidades da classe, como a ACIB e a OAB, e apelou a todas as entidades que lutam por Bauru a não admitirem que o futuro da cidade seja comprometido pelo projeto: “Não podem admitir que um projeto seja feito de afogadilho como esse está sendo feito – com dados ocultos e valores que a gente desconhece – e comprometa o futuro da cidade. Essa cidade é nossa”, encerrou.
Eduardo Borgo (Novo) usou a tribuna para criticar a extensa pauta da plenária da semana, sendo que entre os projetos está a autorização da concessão do lixo (PL n.º 95/2025). “Mais um golpe que vão dar na população brasileira!”, bradou o parlamentar, conclamando a população a comparecer ao plenário da Casa de Leis para acompanhar a votação. Borgo também cobrou mais iniciativa do Ministério Público perante o tema e reservou parte do discurso para criticar a tramitação do projeto de lei em regime de urgência. “Esse engodo da urgência volta à tona novamente, sem discussão e com secretária que esconde o projeto”, afirmou, acrescentando que a cidade de Bauru está sendo vendida. “É só covardia? É só omissão? Ou está escondendo alguma coisa”, indagou antes de dizer que a prefeita está “na vida boa” enquanto os coletores de lixo vão “pagar a conta”. “Tão culpado quanto ela é quem dá apoio”, concluiu.
Miltinho Sardin (PSD) defendeu que o problema do trânsito em Bauru não é descaso ou falta de sinalização, mas sim a falta de disciplina da população. Ele afirmou que a Emdurb tem feito estudos e implantado a sinalização necessária nos cruzamentos perigosos do município, mas sem o respeito dos condutores. Em seguida, lamentou a ocorrência de mais um homicídio em Bauru, e defendeu a Polícia Militar e a Polícia Civil, declarando que o município é referência em segurança no Estado de São Paulo e que o problema da criminalidade reside em “situações pontuais”.
Reprodução: Câmara Municipal de Bauru


