O vereador José Roberto Segalla (DEM) entregou, nesta sexta-feira (22/12), Moção de Aplauso, de sua autoria e aprovada por unanimidade pelo Plenário da Câmara Municipal, que homenageia o Jubileu de Ouro do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC), mais conhecido em Bauru, em todo o Brasil e até no mundo como o Centrinho da USP.

  A superintendente da unidade e diretora da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado, foi quem agradeceu, não apenas a iniciativa do parlamentar, mas, principalmente, o empenho de todos os colaboradores das instituições ao longo dos 50 anos, destacando, em especial, a recente conquista do curso de Medicina, que já começa em 2018.

  Cidinha, como é conhecida, também aproveitou o almoço de confraternização dos funcionários para se despedir do atual cargo, que, a partir do próximo ano, será ocupado pelo professor Carlos Ferreira dos Santos.

  O vereador Segalla, por sua vez, reiterou a relevância internacional do Centrinho. “Bauru só tem a comemorar as inestimáveis conquistas e benfeitorias realizadas na área da saúde, graças a essa referência. O município tem a honra de sediar essa instituição, que se diferencia pelo seu caráter interdisciplinar e por sua filosofia de atendimento humanizado e tratamento integral, tudo via Sistema Único de Saúde (SUS), transformando vidas ao longo de décadas”.

Trajetória

  A história do Centrinho teve início na década de 1960, com a iniciativa de um grupo de sete professores, a partir dos resultados de uma pesquisa que detectou uma estatística até então não trabalhada: uma em cada 650 crianças nascidas no Brasil apresentava malformação labiopalatal.

  Impulsionados pelo resultado desse estudo, em 1967, Bernardo Gonzales Vono (odontopediatria), Décio Rodrigues Martins (ortodontia), Halim Nagem Filho (prótese), José Alberto de Souza Freitas, conhecido como Tio Gastão (radiologia), Ney Moraes (odontologia social), Noracylde Lima (anatomia) e Wadi Kassis (cirurgia) passaram a dar atendimento, junto a demais profissionais da FOB-USP, por meio de um serviço integrado de ensino, pesquisa e assistência social.

  Desta forma, funcionando nas dependências da própria faculdade, nasceu o Centro de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio-Palatais. Em 1976, o Centrinho – como já era conhecido – foi transformado em unidade hospitalar autônoma, recebendo o nome de Hospital de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio-Palatais, destacado como centro de excelência no atendimento pela USP e como referência mundial pela Organização Mundial da Saúde.

  Na década de 1980, tornou-se o primeiro hospital universitário do Estado de São Paulo a ser conveniado ao Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (lnamps – atual SUS) para prestar assistência especial e integral aos portadores de malformações faciais e iniciou o atendimento na área da deficiência auditiva.

  A primeira cirurgia de implante coclear multicanal no Brasil – um dispositivo eletrônico que estimula diretamente o nervo auditivo, por meio de pequenos eletrodos inseridos cirurgicamente dentro da cóclea, substituindo parcialmente as funções desta parte do ouvido interno – foi realizada no hospital em 1990.

  Em 1998, recebeu nova denominação, em vigor até hoje: Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC), devido à ampliação do seu campo de atividade.

  Com o passar das décadas, a instituição colecionou conquistas que lhe renderam premiações e o reconhecimento como centro de excelência dentro e fora do Brasil.

  Com mais de 100 mil pacientes matriculados, a instituição oferece, desde 2005, atendimento ambulatorial e cirúrgico em otorrinolaringologia à população de Bauru e região, com encaminhamento via Departamento Regional de Saúde do Estado (DRS-VI Bauru) e Secretaria Municipal de Saúde de Bauru.

  Como hospital universitário, o Centrinho é um núcleo de geração e difusão do conhecimento, novas tecnologias e protocolos. Atualmente são oferecidos 18 cursos de pós-graduação stricto sensu, lato sensu e de extensão, todos gratuitos. Cerca de 1.200 especialistas, mestres e doutores já foram titulados pela instituição.

VINICIUS LOUSADA

Assessoria de Imprensa